domingo, 16 de agosto de 2009

Encontro com Wangdor Rimpoche


Estive em contato nesta semana pela terceira vez com uma egrégora budista. Nas duas primeiras experiências, não me identifiquei com o rito do Budismo japonês e o mesmo se deu com o Budismo tibetano.

Como dizia, nesta semana, fui a um encontro com dois seres muito especiais: "o Venerável Wangdor Rimpoche*, Mestre de alto grau do budismo tibetano" e a sua adorável tradutora, Lama Lena Yeshe Kaytupsua. Pertencente à última geração dos grandes mestres tibetanos completamente treinados no Tibet, antes da invasão do país pela China, Wangdor Rinpoche passou mais de 50 dos seus 80 anos de vida em meditação em cavernas ao norte da Índia. O tema do encontro foi “Conselhos do Coração de um velho iogue das cavernas”. Estar na presença deles é muito agradável e poder ouvi-los é inexplicavelmente maravilhoso. Foram lições muito profundas, porém simples. Muita graça, nos dois sentidos da palavra. Saí de lá com sentimento de imensa gratidão ao Barone, porque me presenteou com a sua iniciativa e, com o convite; às pessoas que organizaram o evento e, obviamente, aos dois seres que atravessaram o mundo para estar naquela sala, compartilhando conhecimento daquele nível.

E o outro aspecto da graça me veio porque uma das pessoas presentes, sentada perto de mim, ao ouvir um celular tocando muito baixo perto de nós, arrogou-se o direito de repreender, falando: "Que falta de respeito!". Seguiam os seres superiores lá na frente, no maior sossego, distribuindo bem-aventuranças em cada palavra, sem montanha, nem sermão - e alguém ao lado me fez lembrar as enfadonhas missas da minha infância, quando eu nada entendia daquele monte de palavras repetidas, mas tinha que manter silêncio e não poderia rir, porque isto não parecia ser o que Deus quer de nós. Aí vem a questão da graça - pois não estou julgando em vão o comportamento de alguém - estou avaliando o que quero para a minha vida. Considero-me cristã, pois para mim Jesus é uma presença boa - mas não sou mais católica, embora batizada. Estou à espera de que alguma religião (do latim religare) me agrade. Não me faz falta, porque no mais das vezes sinto-me ligada. A partir do que a experiência da censura ao celular acessou em minha memória, esta exigência faço: se um dia tiver uma nova religião, terá que ter esta graça também, de trazer um sorriso fácil e até gargalhadas, como aconteceu no nosso encontro com o fofíssimo Rimpoche. Devoção e respeito combinam muito bem com sorrisos e gargalhadas.

De caras feias, censura e sermões sobre assuntos desconhecidos para o pregador - ou até contrários à sua prática diária - já tive experiências além da minha paciência, a qual nem se aproxima da de . Ai que cansaço com pregadores de modo geral. Se acontecer-me a alegria de encontrar uma egrégora para paz, para me religar à sensação de estar no colo do Criador, é para lá que eu vou. Se não, também será sereno e bem-aventurado o caminho, porque mesmo na busca, tenho encontrado muitas alegrias e graças.
_____________________
*Rimpoche: do Tibetano: precioso (Significa literalmente Grande Jóia e é um título utilizado para se dirigir ao lama ou mestre em quem se depositou confiança durante os estágios iniciais da prática e é usado também para dirigir-se às autoridades monásticas).

2 comentários:

  1. Oi, Cris !
    Ele tem uma carinha muito boa !
    Gosto das cores alegres do budismo !
    Vou voltar aqui e nos seus outros blogs, tem tanta coisa interessante !
    um abraço amigo,
    Clarice.

    ResponderExcluir
  2. Imagino quantas maravilhas você pode ouvir neste encontro, além é claro deste toque de celular que lavou você às suas reflexões, já tive muitas também a este respeito (religião) encontrei-me no Kardecismo espero que mesmo não fazendo muita falta à você, possa encontrar a sua também, beijos. Que a luz divina sempre a acompanhe!

    ResponderExcluir

comentários são muito bem vindos! :-)