terça-feira, 29 de maio de 2012

UMA EXPERIÊNCIA ESSENCIAL - GANGAJI



"Há o que eu chamaria de "uma experiência essencial", um momento no qual há uma mudança na consciência. E é essencial porque, até aquele momento, todos falam de ser "verdadeiro" ou "vigilante" ou "falando a verdade" e isso é abstrato - como algo que você iria aprender na sala de aula. Nada disto pode ter significado concreto em sua vida até que você tenha passado por essa experiência. Com esta mudança na consciência, o que não era conhecido é subitamente visto. E esse reconhecimento é a sorte de uma vida. É uma bênção de uma vida. É uma graça vindo à tona. A graça que foi coberta surge naquele momento.




Esse reconhecimento é o começo. Pode ser o fim dos erros de identificação. Pode ser o fim. Mas com a maioria dos seres humanos normais, é o começo. Estamos tão dependentes dos poderes da mente, que o que normalmente ocorre logo depois dessa experiência é um pensamento: "Como faço para manter isso?" ou "Não poderia ser assim tão simples" ou "Eu nunca vou perder isso." Seja qual for o pensamento, ele é seguido por outro pensamento. E, eventualmente, o pensamento conduz para: "Bem, o que aconteceu? Isso aconteceu? Era real?" Depois, há a sensação de estar "perdido". E a busca começa novamente - a busca exterior. Ou, existe o pensamento, "eu me lembro o que fiz. Eu enfrentei a minha emoção. Entrei no meu medo. Vou fazer isso agora e consegui-lo de volta. Vou tê-lo de volta”. Esta é a mesma busca, mas agora você está usando um movimento íntimo para ir de dentro para fora. Torna-se um exercício, um processo, algo a fazer para alcançar o que você é. E talvez pareça funcionar meia dúzia de vezes. Mas, torna-se obsoleto, porque se baseia em uma mentira: você ainda está a tentar alcançar o que você é. Você não pode "conseguir" o que você é. Isso está claro? 


Você não pode alcançar aquilo que você é. Para alcançar algo, deve haver "você" e "algo". E você alcança e você chega e obtém algo. Como é que você obtém o que você é? Aonde você pretende chegar? E você não pode "compreender" quem você é. Você pode ler a expressão "Eu sou a Verdade, eu sou a Consciência", e pode sentir-se bem. Pode vibrar com isso. Você pode cantar isso. É uma sensação boa. Você pode pedir por isso. Você pode ler sobre grandes santos e sábios. É uma sensação boa, é útil, e não há nada de errado com nada disso. Mas finalmente, tem de haver uma vontade de ser quem você é. E para a maioria das pessoas, isto é absolutamente amedrontador. Porque o que a maioria das pessoas suspeitam que são, é a pior coisa imaginável: uma criatura de imperfeição e falta, cheia de feiúra e estupidez. Mesmo que haja uma máscara de conhecimento superior ou realização, debaixo disso temos uma crença de que você está deformado, feio, irresgatável, alma perdida separados de Deus. Certo? Você tem que saber isso. 


Toda a nossa atividade é uma tentativa de escapar disso. Mesmo após o "momento essencial", o esforço para escapar continua: tentar "obter" o momento de volta, alegando que possa "mantê-lo". Tudo isso é alimentado por uma profundamente arraigada crença de que você é um feio, antipático, algo que está separado de Deus. E você nunca pode trabalhar duro o suficiente ou ser suficientemente bom para ser reunificado com Deus. 


Então esse é o dilema. Esta crença oculta conflita com a enorme, cósmica ânsia de descobrir quem realmente é. E a vida espiritual torna-se muitas vezes uma vida de tortura, auto-tortura. Esta batalha entre ego e superego, entre o "mais alto ser” e o "ser inferior", entre mim e eu, é apenas para evitar experimentar a feiúra que você acredita ser. 


Lembro-me de ler uma vez que TRUNGPA (um professor espiritual) disse: "Nunca incentive seus amigos para entrar na vida espiritual, é uma vida dura". E a maioria de nós entra atropeladamente com a idéia de que nos fará feliz para sempre. Mas então algo te agarra pelo pescoço e diz que "pare aqui, diga a verdade, enfrente a verdade, seja você mesmo". 


Então eu convido você a estar disposto a ser agarrado pelo pescoço, a ser levado até o chão até que você se entregue para a verdade, independentemente do resultado. Pronto? Você não estaria aqui lendo isso, se já não estivesse. Porque você já descobriu que a investigação sobre a sua verdade não vai dar-lhe grandes poderes ou riqueza, ou felicidade. Na verdade, nada é oferecido. Tudo lhe será tirado; tudo o que você tiver acumulado, tudo que você aprendeu. Tudo que você tiver armazenado é revelado como vazio, como uma ilusão que só o mantém separado de si mesmo. Este é um negócio radical. É extremamente grave. É um negócio prazeroso, um simples negócio. Mas não é para os fracos de coração. É preciso a coragem de uma vida, porque tudo em nós, todo o nosso condicionamento diz: "Não, não. Não vá lá. Não toque nisso. Não faça isso." E ainda quando você atingir um determinado estágio da ânsia, tudo em sua vida está a dizer "você precisa, tem que descobrir a verdade, tem que saber, tem que ser verdadeiro". E então você vai ver onde está a sua lealdade, onde a atenção é." 


Gangaji

terça-feira, 22 de maio de 2012

O que é amor? - Osho




"É triste que tenhamos de fazer esta pergunta. No curso natural das coisas, todos saberiam o que é amor. Mas entendo que ninguém saiba - ou apenas muito raramente - o que é amor. O amor tornou-se uma das mais raras experiências. Sim, fala-se sobre ele, filma-se, estórias são escritas sobre ele, canções são compostas, filmes são feitos, na televisão você o verá, no rádio, nas revistas - uma grande indústria continuamente o supre com a idéia do que é o amor. Muitas pessoas estão continuamente envolvidas nisso, ajudando as pessoas a entenderem o que é o amor. Poetas, autores, novelistas - todos eles continuam.


Mas ainda assim o amor permanece um fenômeno desconhecido. E deveria ser um dos mais conhecidos. É quase como se alguém viesse e perguntasse: "O que é comida?" Você não ficaria surpreso se viesse alguém é perguntasse: "O que é comida?" Se alguém tem passado fome desde o início e nunca experimentou comida, a pergunta será relevante. Assim é esta pergunta.


Você pergunta: O que é amor? Amor é o alimento da alma. Mas você tem passado fome. Sua alma não recebeu nenhum amor, por isso você não lhe conhece o sabor. Sua pergunta é relevante, mas é infeliz. O corpo recebeu alimento, por isso ele continua; mas a alma não recebeu nenhum alimento, por isso a alma está morta, ou não nasceu ainda, ou está sempre em seu leito de morte.


Quando uma criança nasce, ela nasce totalmente; ela está totalmente equipada coma capacidade de amar e de ser amada. Toda criança nasce cheia de amor e sabe perfeitamente o que ele é. Não há nenhuma necessidade de se dizer à criança o que é amor. O problema surge porque a mãe e o pai não sabem o que é amor. Nenhuma criança tem os pais que merece - nenhuma criança jamais tem os pais que merece. Esses pais simplesmente não existem na terra. E quando essa criança se tornar um pai, ela terá perdido a capacidade de amar.


É quase como... No México há um vale onde as crianças nascem e, em três meses, ficam cegas. É uma sociedade pequena, primitiva. Lá existe uma mosca que é venenosa aos olhos, por isso a sociedade toda é cega. Toda criança nasce com olhos - olhos funcionando perfeitamente - mas em três meses há um ataque da mosca e o veneno entra no sistema e os olhos ficam cegos. Bem, mais tarde na vida, a criança perguntará: "O que são olhos? O que você quer dizer quando usa a palavra "olho"? O que é visão? O que é ver? O que você quer dizer?" E a pergunta será relevante. A criança nasceu com olhos, mas eles foram perdidos em algum lugar no caminho daquilo a que se chama crescimento.


Eis o que aconteceu com o amor. Toda criança nasce com tanto amor quanto se pode conter, com mais amor do que se pode conter, com amor transbordante. A criança nasce como amor, a criança é feita da matéria chamada amor. Mas os pais não podem dar amor. Eles têm suas própria ssobras - os pais deles nunca os amaram. Os pais podem apenas fingir. Eles podem falar sobre o amor. Eles podem dizer: "Nós o amamos muito", mas, o que quer que eles façam, é muito desamoroso. O modo como eles se comportam, o modo como tratam a criança é muito insultante; não há nenhum respeito. Nenhum pai respeita a criança. Quem pensa em respeitar uma criança? Uma criança de forma alguma é considerada uma pessoa. Uma criança é considerada um problema. Se ela fica quieta, é boa; se não grita, se não é um terapeuta primal - bom; se ela fica fora do caminho dos pais - perfeitamente bom. Assim é que uma criança deveria ser.


Mas não há nenhum respeito e nenhum amor. Os pais não conheceram o que é amor. A mãe não amou o marido, o marido não amou a esposa. O amor não existe aí. O domínio, a possessividade, o ciúme, e todos os demais tipos de veneno que destroem o amor estão aí. Assim como certo veneno pode destruir sua visão, o veneno da possessividade e do ciúme também destroem o amor.


O amor é uma flor muito frágil. Ele tem de ser protegido, tem de ser reforçado, tem de ser aguado; só então é que ele se torna forte. E o amor da criança é muito frágil - naturalmente - pois a criança é frágil, seu corpo é frágil. Você acha que uma criança deixada sozinha será capaz de sobreviver? Pense como o homem é indefeso. Se uma criança for deixada sozinha, será quase impossível ela sobreviver. Ela morrerá. E isso é o que está acontecendo ao amor.


O amor é deixado sozinho. Os pais não podem amar, não sabem o que é amor, nunca fluíram no amor. Lembre-se de seus próprios pais. E, lembre-se, não estou dizendo que eles sejam responsáveis. Eles são vítimas, assim como você - os próprios pais deles eram a mesma coisa. E assim por diante... Você pode voltar a Adão e Eva, a Deus, o Pai.


Parece que mesmo Deus, o Pai, não teve muito respeito por Adão e Eva, não teve respeito bastante. É por isso que, desde o início, Ele começou a comandá-los. "Faça isso" e "não faça aquilo", e Ele começou a fazer todas as bobagens que todos os pais fazem. "Não coma a fruta desta árvore". E quando Adão comeu a fruta, o Pai, Deus, ficou tão bravo que expulsou Adão e Eva do paraíso.


Essa expulsão está sempre aí, e todo pai ameaça expulsar a criança, jogá-la para fora. "Se você não escutar, se não se comportar, será expulso". E, naturalmente, uma criança tem medo. Expulsa? Ela começa a se comprometer. A criança pouco a pouco se torna um distorcedor. Ela começa a manipular.


Ela não quer sorrir, mas se a mãe está vindo e a criança quer leite, ela sorri. Isso é política - o início, o ABC da política. No fundo, ela começa a odiar, porque ela não é respeitada; no fundo, ela começa a sentir-se frustrada por não ser amada como é. Espera-se que ela faça certas coisas e somente então é que ela será amada. O amor tem algumas condições; ela não é digna, assim como é. Primeiro ela tem de se tornar digna, depois o amor dos pais será possível.


Assim, ela começa a se tornar digna e começa a se tornar falsa; ela perde seu valor intrínseco. Pouco a pouco seu respeito por si própria é perdido, ela começa a sentir-se indigna. Ela começa a sentir-se culpada. E muitas vezes uma idéia vem à mente da criança: "Esses são meus pais verdadeiros? É possível que eles tenham me adotado? Talvez eles estejam me enganando, porque não parece haver nenhum amor". E mil e uma vezes ela vê a raiva nos olhos deles, a feia raiva na face dos pais, e por coisas tão pequenas que ela não pode ver a proporção disso. Apenas por coisas muito pequenas ela vê a ira dos pais. Ela não pode acreditar nisso. É tão injusto e desleal. Mas ela tem de se entregar, tem de se curvar, tem de aceitar isso como uma necessidade. Pouco a pouco sua capacidade de amar é morta.


O amor cresce apenas no amor. O amor precisa de um ambiente de amor - isso é a coisa mais fundamental a ser lembrada. Apenas num ambiente de amor é que o amor cresce. Ela precisa do mesmo tipo de pulsação ao redor. Se amãe é amorosa, se o pai é amoroso, não apenas coma criança, se eles são amorosos um com o outro também, se a casa tem uma atmosfera amorosa onde o amor floresce, a criança começará a funcionar como um ser amoroso, e nunca fará a pergunta: "O que é amor?" Ela o conhecerá desde o próprio início, ele se tornará seu alicerce.


Mas isso não acontece. É triste, mas isso não tem acontecido até agora. E você aprende os modos de seus pais, seus resmungos, seus conflitos. Simplesmente fique se observando. Se você for uma mulher, observe. Você talvez esteja repetindo, quase repetindo, as maneiras como sua mãe costumava se comportar. Observe-se quando você estiver com seu namorado ou com seu marido - o que você está fazendo? Não está repetindo? Se você for um homem, observe! O que está fazendo? Você não está sendo seu pai? Não está fazendo a mesma tolice que ele costumava fazer? E um dia você ficou surpreso - "Como papai pôde fazer isso?" - e você está fazendo o mesmo. As pessoas ficam repetindo; aspessoas são imitadoras; o homem é um macaco. Você está repetindo seu pai ou sua mãe e isso tem de ser abandonado. Somente então você saberá o que é amor, caso contrário, você permanecerá corrompido.


Eu não posso definir o amor, porque não há nenhuma definição de amor. É uma dessas coisas indefiníveis como o nascimento, a morte, Deus, meditação. É uma dessas coisas indefiníveis - eu não posso defini-lo.


Não posso dizer que isso é amor, não posso mostrá-lo a você. Ele não é um fenômeno visível. Ele não pode ser dissecado, não pode ser analisado; só pode ser experimentado. E só através da experiência é que você sabe o que é. Mas eu posso lhe mostrar o caminho para experimentá-lo.


O primeiro passo é: livre-se de seus pais. E com isso não quero dizer nenhum desrespeito a seus pais, não. Eu seria a última pessoa a lhe dizer isso. Eu não quero dizer para você livrar-se de seus pais fisicamente, eu quero dizer para você livrar-se das vozes paternas interiormente, o seu programa interior, suas fitas interiores. Apague-os... e ficará surpreso ao constatar que se se livrar de seus pais no seu ser interior, você se tornará livre. Pela primeira vez, você será capaz de sentir compaixão por seus pais - caso contrário, não; você permanecerá ressentido. Toda pessoa é ressentida em relação a seus pais.


Como você pode não ser ressentido se eles causaram tanto dano a você - embora não conscientemente? Eles desejavam o melhor para você, eles queriam fazer tudo pelo seu bem-estar. Mas o que eles podem fazer? Simplesmente por querer, nada acontece; só por boas intenções, nada acontece. Eles são bem intencionados, isso é verdade. Não há nenhuma dúvida sobre isso. Todo pai quer que a criança tenha todas as alegrias da vida. Mas o que ele pode fazer? Ele é um robô e, consciente ou inconscientemente, deliberadamente ou não, ele criará uma atmosfera na qual a criança mais cedo ou mais tarde, será transformada num robô.


Se você quiser tornar-se um homem, não uma máquina, livre-se de seus pais. E você terá de observar. É um trabalho pesado, trabalho árduo; você não pode fazê-lo instantaneamente. Terá de ser muito cuidadoso no seu comportamento. Observe quando sua mãe estiver aí, funcionando através de você - pare com isso, afaste-se disso. Faça algo absolutamente novo que sua mãe nem mesmo pudesse conceber.


Por exemplo, seu namorado está olhando para alguma outra mulher com muita admiração nos olhos. Agora observe o que você está fazendo. Está fazendo o que sua mãe teria feito no caso de seu pai olhar para uma outra mulher com admiração? Se fizer isso, nunca saberá o que é amor, você simplesmente estará repetindo uma estória. Será o mesmo ato sendo desempenhado por atores diferentes, é tudo; o mesmo ato apodrecido sendo repetido muitas e muitas vezes. Não seja um imitador, caia fora disso. Faça algo novo. Faça algo que sua mãe não pudesse ter concebido. Faça algo novo que seu pai não pudesse ter concebido.


Essa inovação tem de ser trazida a seu ser, então o amor começará a fluir."
do livro "Sufis, o Povo do Caminho"

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quem é você realmente (Gangaji - O diamante em seu bolso) Legendado




‎"QUEM É VOCÊ REALMENTE?

Qualquer pensamento que você teve sobre si mesmo, por mais desinflado ou inflado, não é quem você é. É simplesmente um pensamento. 

A verdade de quem você é não pode ser pensada, porque ela é a fonte de todos os pensamentos.

A verdade de quem você é não pode ser nomeada ou definida.

Palavras como alma, luz, Deus, verdade, 'self', consciência universal ou divindade, mesmo que capazes de evocar o êxtase da verdade, são totalmente inadequadas como descrição da imensidade de que você realmente é.

Independente de como você se identifica: como criança, adolescente, uma mãe, um pai, uma pessoas mais velha, uma pessoa mais saudável, uma pessoa doente, uma pessoa que sofre ou uma pessoa iluminada, sempre por trás de tudo isso está a verdade de você mesmo. Ela não é estranha para você. Ela está tão próxima que você não consegue acreditar que é você.

A verdade de quem você é, é intocada por qualquer conceito sobre quem você é, seja ignorante ou iluminado, sem valor ou grandioso.

A verdade de quem você é, é livre de tudo isso. Você é livre e tudo que bloqueia sua realização desta liberdade é seu apego a alguma idéia sobre quem você é.

Este pensamento não impede que você seja a verdade de quem você é. Você já é isso!

Ele apenas separa você de realização de quem você é.

Convido você a deixar sua atenção mergulhar naquilo que sempre esteve aqui esperando abertamente por sua própria autorrealização.

Quem é você realmente?

Você é alguma imagem que aparece em sua mente? Você é alguma sensação que aparece em seu corpo?

Você é alguma emoção que passa por sua mente e corpo?

Você é algo que alguém disse que você é ou uma rebelião contra algo que alguém disse que você é?

Estas são algumas das muitas vias de erros de identificação. Todas essa definições vêm e vão, nascem e depois morrem. A verdade de quem você é não vem e vai. Ela está presente do nascimento, durante toda uma vida e após a morte.

Descobrir a verdade sobre quem você é não é apenas possível, é o seu direito de nascença. Qualquer pensamento que esta descoberta não seja para você, agora não é o tempo, você não é digno, você não está pronto, você já sabe quem é, são apenas truques da mente.

Está na hora de investigar este pensamento sobre “eu”, e ver qual é a sua validade real. Nesta investigação existe uma abertura para que a consciência inteligente que você é finalmente reconheça a si mesma. A pergunta mais importante que você jamais pode perguntar-se é: Quem sou eu?

De certa forma esta tem sido uma questão implícita perguntada em cada etapa de sua vida. Toda atividade, seja individual ou coletiva, é motivada em sua raiz por uma busca de auto-definição.

Tipicamente, você busca por uma resposta positiva a esta pergunta e foge de uma resposta negativa.

Quando esta questão se torna explícita, o impulso e o poder da pergunta direcionam a busca pela verdadeira resposta, que é aberta, viva e cheia de insights cada vez mais profundos.

Você experimenta tanto o sucesso como a fracasso.

Após um certo estágio, cedo ou tarde, você percebe que quem você é, independente da definição, não é satisfatório.

Se esta questão não for verdadeiramente respondida, não apenas convencionalmente respondida, você vai continuar com fome de saber.

Porque, independente de como você tenha sido definido por outros bem intencionados ou não e independente de como você tenha definido a si mesmo, nenhuma definição pode trazer certeza duradoura.

O momento em que se reconhece que esta pergunta é crucial. Ele é muitas vezes referido como o momento de amadurecimento espiritual. A partir deste ponto você pode conscientemente investigar quem você realmete é.

Em seu poder e simplicidade a questão: “quem sou eu?” lança a mente de volta a raiz da identificação pessoal: a suposição básica “ eu sou alguém”.

Ao invés da automaticamente aceitar esta suposição como a verdade, você pode investigar mais profundamente. Não é difícil ver que este pensamento inicial 'eu sou alguém' leva a todos os tipos de estratégias: ser alguém melhor, alguém mais protegido, alguém com mais prazer, mais conforto e mais realização. Mas quando este pensamento muito básico é questionado, a mente encontra o eu, que se assume estar separado daquilo que ela vinha procurando.

Isso é chamado de autoinvestigação.

A pergunta mais básica: 'quem sou eu?' é aquela que é a mais negligenciada.

Passamos a maior parte dos nossos dias dizendo a nós mesmos ou aos outros, que somos alguém importante, alguém sem importância, alguém grande, alguém pequeno, alguém jovem ou alguém velho,sem nunca realmente questionar esta suposição mais básica.

Quem você realmente é?

Como você sabe que É quem você é? Isso é verdade? Realmente?

Quando você voltar sua atenção para a questão: 'quem sou eu?', talvez você veja uma entidade que tem seu rosto e seu corpo. Mas quem está ciente deste entidade? Você é o objeto ou você é a percepção do objeto? Objeto vem e vai. O pai, a criança, o amante, o abandono, o iluminado, o vitorioso, o derrotado. Todas estas identificações vem e vão.

A percepção destas identificações está sempre presente. A identificação errada de si mesmo como alguém objeto dentro da percepção leva a extremo prazer ou extrema dor e ciclos intermináveis de sofrimento.

Quando você está disposto a parar a identificação errada e descobrir direta e completamente que você é a própria percepção e não estas definições impermanentes, a busca por você mesmo nos pensamentos termina.
Quando a pergutna: “quem?” é perseguida de forma inocente, pura, por todo caminho de volta a sua origem, surge uma enorme e espantosa realização. Não há absolutamente nehuma entidade ali. Há apenas o indefinível e ilimitado reconhecimento de si mesmo, como inseparável de qualquer outra coisa. 

Você está livre.

Você está completo. Você é infinito. Não há nenhum fundo em você, nenhum limite em você.

Qualquer idéia sobre você aparece em você e desaparecerá de volta em você.

Você é percepção e percepçãp é consciência.

Deixe todas as autodefinições morrerem neste momento. Deixe todas irem, e veja o que resta. Veja o que nunca nasce e o que não morre.

Sinta o alívio de se desfazer da carga de definir a si mesmo.

Experiencie a efetiva não-realidade da carga.

Experiencie a alegria que está aqui.

Descanse na paz infinita de sua verdadeira natureza, antes que qualquer pensamento de 'eu' surja."

Gangaji, do livro "O diamante no seu bolso"